A
presidente afastada, Dilma Rousseff, disse à BBC Brasil que é preciso
"lutar" pela realização de um plebiscito que consulte a população
sobre a necessidade de uma eleição presidencial antecipada.
De
dentro do Palácio do Alvorada, residência oficial da Presidência da República,
ela elabora sua cartada final para tentar voltar ao Palácio do Planalto, sede
do governo, a cerca de 5km dali --o feito hoje parece bastante difícil de ser
alcançado.
Em
entrevista exclusiva concedida na sexta-feira (29), com participação também da
BBC Mundo (serviço em espanhol da BBC), ela contou que divulgará nesta semana
os detalhes de sua proposta, em carta direcionada ao povo brasileiro e ao
Senado.
Para
tentar convencer ao menos 27 dos 81 senadores a votar contra sua cassação
definitiva, Dilma vai se comprometer a apoiar a convocação de um plebiscito
após seu eventual retorno ao comando do país.
"Estou
defendendo um plebiscito porque quem pode falar o que eu devo fazer não é nem o
Congresso, nem uma pesquisa, ou qualquer coisa. Quem pode falar é o conjunto da
população brasileira que me deu 54 milhões e meio de votos", afirmou
Dilma.
Além
disso, também pretende comparecer pessoalmente para fazer sua defesa quando o
caso for julgado pelo plenário do Senado, entre final de agosto e início de
setembro.
"Eu
quero muito ir. Depende das condições. Como o presidente do Supremo, Ricardo
Lewandowsky, presidirá [o julgamento], acredito que haverá condições",
afirmou.
Sua
esperança é que a proposta de plebiscito sensibilize alguns senadores.
Cristovam Buarque (PPS-DF), por exemplo, votou pelo afastamento da presidente,
mas ainda não decidiu sua posição no julgamento. Ele tem defendido que a melhor
saída para a crise seria a eleição antecipada. É a opinião também da maioria da
população brasileira, segundo pesquisas recentes.
Para
que a petista seja condenada, é preciso que 54 dos 81 senadores votem contra
ela. O governo do presidente interino Michel Temer calcula ter cerca de 60
votos pela cassação de Dilma.
Do Uol
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