O game de luta "Street Fighter V" ganha nesta sexta-feira (1º) o seu
aguardado modo história, "A Shadow Falls". Essa é a primeira vez que
um jogo da série investe tempo em tentar explicar o seu enredo a fãs e
desconhecidos de Ryu e companhia. A atualização é gratuita.
O
G1 jogou o primeiro capítulo de "A Shadow Falls" em um teste no
começo de junho. E ele até pode agradar quem gosta do universo do game de luta.
Mas pode ser sincero? É só porque é de graça.
Pelo
menos durante o teste, o modo história de "Street Fighter V" foi uma
experiência insossa. Os diálogos são fraquinhos, falta aquele entusiasmo que
faz a história do rival "Mortal Kombat" ser tão legal, e as lutas não
oferecem nenhum tipo de desafio ou narrativa que as diferenciem de uma partida
comum contra a máquina. Às vezes parece que os próprios lutadores do game estão
entediados com o que está acontecendo na tela, que também repete uma
insistência constrangedora em sexualizar as mulheres.
Senta que lá vem história
"A
Shadow Falls" parte do pressuposto que você jogou as introduções de cada
um dos lutadores do jogo – o que você até deve ter feito, mas provavelmente não
se lembra mais de tão insignificantes que são – e mostra Ryu, Cammy, Guile e
Chun-Li em uma missão para frustrar o plano do vilão M. Bison de ativar um
grupo de satélites chamado "7 Black Moons" (7 Luas Negras). O
objetivo? Ter poder completo sobre o mundo, é claro.
Em
"SF V", não existe um encadeamento de eventos convincente. Depois de
uma luta como Ryu, por exemplo, passei a controlar Necalli... que eu tinha
acabado de derrotar com o homem do hadoken. Achei estranho.
Um
dos pontos altos dos modos história de "Mortal Kombat", alem da
história bem escrita, é poder testar lutadores que em condições normais você
talvez não fosse selecionar. Isso ajuda a aprender pelo menos um pouco sobre
cada um, historicamente e mecanicamente.
Mas
as lutas aqui são tão rápidas, com duração (ao menos no teste) de apenas 1
round, que não dava tempo de pensar em tentar entender algo sobre o novato
Rashid. Isso somado ao fato de, em nenhum momento, poder disputar mais de uma
partida seguida com o mesmo personagem. Não dá nem para se familiarizar.
Capcom
Outra
característica que incomoda bastante é o viés sexualizado das cenas.
"Street Fighter" é uma série conhecida pelo exagero, pelos corpos
voluptuosos, tanto de homens como de mulheres. Mas algumas das tomadas do modo
história de "SF V" chegam a dar vergonha.
Não
há justificativa para esse tipo de abordagem porque ela se mostra completamente
desnecessária. Não sei nem se esse tipo de tática ainda tem algum apelo com os mais
jovens – poderia ser uma desculpa, perversa!, mas poderia. Mas com os adultos
pode ter certeza: tanto não cola como incomoda e empobrece a história que o
jogo (ou filme, ou whatever) estiver tentando contar.
Se
você já tem o game da Capcom, eis aí um conteúdo que chega de bandeja e pode te
fazer voltar a jogar – ou só deixar as batalhas online um pouco de lado, para
variar. E em meio a ondas de DLCs pagos cada vez maiores, é sempre bom levar
alguma coisa de graça.
Mas
a impressão que o primeiro capítulo deixa é que sim, o modo história de
"Street Fighter V" foi uma resposta às pressas (e mais uma vez
incompleta, inacabada) às duras críticas feitas à versão inicial do game, bem
crua em termos de conteúdo e com vários problemas de conexão.
Se
você ainda não tem "Street Fighter V" e estava esperando por mais
para se decidir, sinto dizer que não é isso que vai justificar a compra.
Do G1
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