Por que a bandeira do arco-íris se tornou símbolo do movimento LGBT?
A
bandeira de seis faixas e cores foi usada por pessoas para lá de diversas: Paul
McCartney encerrou um show em Berlim, no início da semana, enrolado nela. A
bandeira foi hasteada na Catedral de Exeter, no sudoeste da Inglaterra, durante
uma vigília pelas vítimas. E em Paris, a Torre Eiffel foi iluminada com as
cores do arco-íris.
"Não
consigo pensar em qualquer outro símbolo com tamanho reconhecimento ao redor do
mundo", diz o ativista gay britânico Peter Tatchell.
"Ele
ficou universal desde os anos 90. E mostra a diversidade não só na comunidade
LGBT, mas na vida em geral".
A
bandeira do arco-íris surgiu em 1978, quando Gilbert Baker, um artista baseado
em San Francisco, nos EUA, criou um design com oito cores. Em 25 de junho
daquele ano, o Dia da Liberdade Gay nos EUA, as primeiras versões da bandeira
foram vistas nas ruas.
Baker
explicou que sua ideia era promover a ideia de diversidade e inclusão, usando
"algo da natureza para representar que nossa sexualidade é um direito
humano".
O
uso da bandeira se disseminou por San Francisco e em outras grandes cidades
como Nova York e Los Angeles. Na década de 1990, ela já era reconhecida como
símbolo global para direitos LBGT.
"A
bandeira susbtituiu o triângulo rosa, até porque é um símbolo mais
positivo", explica Tatchell, referindo-se ao uso da forma geométrica para
identificar homossexuais em campos de concentração na Alemanha Nazista.
As
oito cores da bandeira original de Baker representavam diferentes aspectos da
vida:
O
número de cores foi depois reduzido para seis; saíram anil e rosa, e
azul-turquesa foi substituída por azul.
Segundo
o vexilólogo (especialista em bandeiras) Graham Bartram, do Flag Institute, em
Londres, "era muito difícil obter tecidos de cor rosa, e como as bandeiras
eram costuradas, em vez de impressas, a cor foi descartada".
Para
Bartram , a bandeira do arco-íris deu certo por causa de sua simplicidade.
"Funciona um pouco como os aneis olímpicos, que foram concebidos para usar
cores presentes nas bandeiras de todas as nações participantes",
A
bandeira não é acolhida universalmente como um símbolo de libertação.
Autoridades na Jamaica, país que tem leis criminalizando o homossexualismo,
reclamaram na Embaixada dos EUA quando esta hasteou a bandeira com o arco-íris
no seu prédio em Kingston após o massacre de Orlando - o procurador-geral
jamaicano classificou a atitude como "desrespeitosa".
A
história da bandeira, porém, precede 1978 e o movimento LGBT. No século 18, o
filósofo anglo-americano Thomas Payne sugeriu o uso dela para identificar
navios neutros durante períodos de guerra.
No
início do século passado, o pacifista americano James William van Kirk desenhou
um bandeira com as cores do arco-íris, conectada a um globo. A ideia era mostrar
como pessoas de diferentes nações poderiam viver juntos, em harmonia.
"O
arco-íris é algo que desenhamos desde pequenos", conta Bartram.
"Assim, todos nós sabemos do que se trata e podemos interpretá-la como
quisermos. Por isso é que ela funciona tão bem".
Do G1
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