Seguro popular para carros pode sair até 30% mais barato
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Seguro
de carro costuma ser caro. Na média, custa 10% do valor do veículo. Mas em
breve os consumidores terão à disposição um novo tipo de apólice que pode ser
até 30% mais barata que o seguro tradicional. É o seguro popular de automóvel,
modalidade recentemente regulamentada pela Susep, órgão regulador do mercado de
seguros.
“Hoje
apenas um terço da frota de veículos no Brasil tem seguro. Os outros 70% estão
ávidos por uma proposta mais razoável”, diz Luiz Pomarole, diretor geral da
Porto Seguro, líder do segmento de seguros de carro.
A
principal diferença do seguro popular em relação ao tradicional é que ele prevê
a utilização de peças usadas em reparos, o que barateia o custo da seguradora.
Não podem ser usadas, no entanto, peças de segunda mão para reparos de itens de
segurança, como airbag, freios e suspenção, por exemplo. Lataria, bancos e
painel estão liberados.
As
peças usadas serão provenientes de empresas de desmontagem de veículos, que
foram regulamentadas pela lei federal 12.977, de maio de 2014.
“Muita
gente hoje não é segurada e o momento de aprovação do produto não poderia ser
mais oportuno, devido à crise econômica”, diz Sérgio Barros, diretor de
produtos de automóvel do Grupo BB e Mapfre.
Essa
nova modalidade de seguro deve estar disponível no mercado no segundo semestre,
mas vai depender de alguns ajustes que as seguradoras estão pedindo à Susep
para viabilizar o seguro popular.
Ajustes
Além
de peças usadas, as empresas de seguros pedem a previsão de uso de peças novas
não originais. O argumento é que não existem peças de segunda mão suficientes
para alimentar o futuro segmento de seguro popular. A conta é simples: para
cada automóvel que tem perda total – que pode ser desmontado e ter suas peças
reutilizadas – há seis perdas parciais, que demandam peças para o seu reparo.
“Precisa
ter peça nova, senão não é economicamente viável”, afirma Pomarole.
Segundo
o superintendente da Susep, Roberto Westenberger, o normativo do seguro popular
vai passar por mudanças e todas as propostas feitas pelo mercado serão
consideradas. As sugestões serão encaminhadas ao CNSP (Conselho Nacional de
Seguros Privados) na próxima reunião, marcada para 23 de maio.
Ele,
porém, não adiantou nenhum detalhe sobre essas mudanças. Disse apenas que
haverá um ajuste fino de alguns pontos para otimizar e deslanchar as vendas do
produto. “O que for possível fazer, nós vamos fazer”, afirmou.
Para
que o preço possa ser mais competitivo do que o seguro tradicional, a tendência
é que a apólice popular tenha menos assistências. O diretor da BB e Mapfre
destaca, no entanto, que a oferta de assistências e serviços deve ser
modularizada, deixando o cliente escolher a cobertura mais adequada ao seu
perfil.
Via Terra
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