Maranhão recua e revoga decisão de anular sessão do impeachment
O
presidente em exercício da Câmara, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), decidiu na
madrugada desta terça-feira (11) revogar a decisão que proferiu pela manhã para
tentar anular a sessão da Câmara que aprovou a abertura do processo de
impeachment da presidente Dilma Rousseff.
A
Secretaria Geral da Mesa da Câmara recebeu a decisão da revogação por volta de
00h20. Maranhão assinou dois ofícios (veja ao final desta reportagem) – um com
a revogação da decisão e outro destinado ao presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), informando sobre a nova deliberação, que deverá ser publicada nesta
terça (11). O processo de impeachment tramita desde a semana passada no Senado
e será votado no plenário nesta quarta-feira (10).
"Revogo
a decisão por mim proferida em 9 de maio de 2016 por meio da qual foram
anuladas as sessões do plenário da Câmara dos Deputados ocorridas dias 15, 16 e
17 de abril de 2016, nas quais se deliberou sobre a Denúncia por Crime de
Responsabilidade n.1/2015", diz o texto do ofício assinado por Waldir
Maranhão.
A
decisão de Maranhão de tentar anular a sessão da Câmara que aprovou a abertura
do processo de impeachment surpreendeu o meio político pela manhã e provocou
grande movimentação durante todo o dia. O partido PHS chegou a protocolar no
Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para que a Corte derrubasse a medida
tomada por Maranhão.
Em
razão da decisão de Maranhão, colocou-se em dúvida se o resumo do relatório
aprovado pela comissão especial de impeachment seria lido na sessão desta
segunda do Senado – exigência para que a matéria seja votada pelo plenário.
Repercussão
da medida
Depois
de reunião com as principais lideranças partidárias do Senado, Renan Calheiros
anunciou que, mesmo com a decisão de Maranhão – considerada
"intempestiva" –, a leitura do resumo do relatório e a sessão do
plenário desta quarta-feira estavam mantidas. Se a abertura do processo for
aprovada pelos senadores, Dilma será afastada da Presidência da República por
até 180 dias.
Ao
justificar a decisão de tentar anular a sessão da Câmara – e antes de voltar
atrás –, Maranhão disse que o objetivo era "salvar a democracia".
Dentre
as reações à medida de Maranhão, partidos de oposição ameaçavam denunciá-lo ao
Conselho de Ética, integrantes da mesa diretora já tinham programado uma
reunião para pressionar o presidente interino a revogar a decisão e deputados
do PP iniciaram um movimento para expulsá-lo do partido. Antes
de anunciar a decisão pela manhã, o presidente interino se reuniu duas vezes
com o ministro José Eduardo Cardozo, da Advocacia-Geral da União (AGU) – autora
do pedido para anular a sessão –, e consultou o governador do Maranhão, Flavio
Dino (PCdoB), contrário ao impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Via G1
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