Luiz Fernando Menezes/Folhapress |
As contas do balanço patrimonial do Santos de 2015, referentes ao primeiro ano de mandato do presidente Modesto Roma, foram reprovadas em votação no Conselho Deliberativo do clube nesta quarta-feira, na Vila Belmiro. A votação foi acirrada e cercada de troca de farpas. Foram 83 conselheiros contra a aprovação das contas e 81 a favor. Os membros da mesa queriam votar após o término da votação, mas foram proibidos pois a mesma já havia sido encerrada.
Agora, o presidente santista corre o risco de sofrer até um impeachment. Isso porque o artigo 68 do Estatuto Social do Santos prevê que o presidente e vice de futebol podem ser impedidos de seguirem seus mandatos com as contas reprovadas.
No entanto, o processo de impeachment terá que ser pedido e aprovado no Conselho para que Modesto Roma e companhia sejam afastados. Antes disso, a atual gestão do Santos terá direito a um recurso para provar que pode reaver as contas.
A situação política de Modesto Roma ficou complicada após o Conselho Fiscal apontar muitas irregularidades do mandatário no comando do clube. Pagamento de intermediários em contratações e renovações de atletas, antecipações de cotas de transmissões de televisão sem autorização do Conselho e a venda e recompra do volante Alison encabeçam as insatisfações dos conselheiros.
"O conselho fiscal entende que não pode existir comissões em caso de atletas de custo zero. Se não paga o empresário para fazer o jogador que está livre no mercado, o jogador não vem. É a realidade do futebol. O empresário cobra comissão, sim. O conselho também não entende pagar comissão nas renovações de técnicos, auxiliares e etc. Eles têm empresários sim. No caso do Dorival, o empresário dele é o Edson Khodor, cunhado do Dorival. Vocês acham que os grandes técnicos não tem empresário? É só ter mais contato com o futebol. Não morro de amores por empresários, mas é a realidade do futebol", explicou Modesto na reunião.
Além disso, o déficit do Santos aumentou de R$ 203 milhões, em dezembro de 2014, quando o ex-presidente Odílio Rodrigues terminou o seu mandato, para R$ 282 milhões em 2015.
Já preocupada com a votação das contas, o Santos divulgou uma nota em seu site na tarde desta quarta-feira alegando que ações administrativas levaram o clube a um superávit de R$ 53 milhões neste ano. No entanto, o valor se deve a venda de Geuvânio ao futebol chinês e a um novo contrato de transmissão de TV.
Conselheiro engasga com bolacha e paralisa reunião
O conselheiro e ex-dirigente do Santos, Murilo Barletta, engasgou com uma bolacha durante as explicações do presidente Modesto Roma sobre o parecer da Comissão Fiscal do clube, e causou tumulto na reunião do Conselho Deliberativo. O discurso do mandatário foi interrompido após o pedido urgente de um médico no local. O conselheiro foi atendido, se recuperou após alguns minutos e a reunião foi retomada.
Fonte: Uol Esportes
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