Já faz algum tempo que a farinha de trigo está sido vista como uma das grandes vilãs da alimentação saudável, pois, além de aumentar a gordura abdominal, facilita o aparecimento da diabetes, prejudica o funcionamento do intestino, entre outros males. Mas o bom é que ela pode ser substituída por outros tipos de farinha mais saudáveis e, muitas vezes, até mais saborosas.
“Essas farinhas de sementes e de frutas não são boas apenas pelo seu sabor diferente ou porque muitas não engordam, elas são indicadas para quem tem restrições alimentares ou precisam controlar o índice de colesterol e glicose no corpo”, diz a nutricionista Hellen Moraes Fantoni.
Farinha de banana verde
A farinha de banana verde (feita com a fruta que ainda não amadureceu) é uma farinha fácil de encontrar no mercado e é cheia de benefícios para a saúde. “Ela ajuda a controlar diabetes, melhora o trânsito intestinal, fortalece a imunidade e reduz o colesterol”, diz Hellen.
Essa farinha possui um amido resistente em sua composição que não é digerido no estômago, e sim no intestino delgado. “Lá, ocorre uma fermentação que gera ácidos graxos, que são fundamentais para a nutrição das células do intestino. Eu costumo dizer que a farinha de banana verde é uma das melhores amigas do intestino, pois ela chega até a prevenir a tão temida prisão de ventre”, diz a especialista.
Para fazer essa farinha, basta cortar a banana verde em rodelas bem finas e levar ao forno por 30 minutos. Depois que elas estiverem bem sequinhas, bata no liquidificador. Ela pode ser consumida junto com iogurtes, bolos e vitaminas.
Farinha de amêndoa
Boa para a circulação sanguínea, para o controle do colesterol e com ação antioxidante, a farinha de amêndoa também vem ganhando o gosto do brasileiro. Como não é tão fácil de encontrá-la para vender, fazê-la em casa acaba sendo uma boa opção.
“Para retirar a casca das amêndoas, deixe-as de molho na água quente por 15 minutos. Passado esse tempo, escorra a água e seque-as com um pano. Para ativar o sabor, leve as amêndoas ao forno baixo, mas não deixe torrar. Depois é só batê-las no liquidificador até virar uma farinha”, diz a cozinheira Maria Aparecida Lopes Brandão.
Ela pode substituir a farinha de trigo para empanar frango e peixe, fazer almôndegas, bolos e até panquecas e biscoitos, com as devidas indicações de quantidades.
Farinha de coco
A farinha de coco é ótima para quem não quer ou não pode comer glúten. “Além disso, tem baixo índice glicêmico, é rica em proteínas e fibras e ajuda a reduzir os níveis de colesterol e triglicerídeos”, diz Hellen.
Ela também tem ganhado fama por ser indicada para quem quer emagrecer. “Ela forma uma massa no estômago que mantém a sensação de saciedade por mais tempo. Assim, a pessoa demora a sentir fome”, explica a nutricionista.
A farinha de coco pode substituir tranquilamente a farinha de trigo em qualquer receita. Mas cuidado com as indicações de quantidade. “Para cada xícara de farinha de trigo, por exemplo, deve-se usar apenas 1/3 xícara de farinha de coco”, diz Hellen.
Farinha de jabuticaba
A farinha de jabuticaba é rica em fibras, que ajudam no controle do colesterol, e possui compostos fenólicos que ajudam a prevenir o envelhecimento precoce e a combater radicais livres. “Estudos observaram que a casca da fruta transformada em pó e depois em extrato provoca uma diminuição nas células cancerígenas que causam leucemia e câncer de próstata”, diz Hellen.
A farinha de jabuticaba tem um gosto azedinho e adocicado e, por isso, pode ser usada em sucos, vitaminas e em cima das frutas.
Farinha de linhaça
Já bastante conhecida, a semente de linhaça é uma das seis plantas atualmente reconhecidas pelo Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos por possuir propriedades no combate à doença. “Ela ainda é antiaterogênica, ou seja, combate o mau colesterol e aumenta o bom”, diz Hellen.
Quando trituradas, seus benefícios se potencializam, portanto, é recomendado sempre usá-la nessa forma. “Eu tenho o costume de usá-la no cozimento de feijão ou da sopa. Mas também faço um muffin muito bom e fácil de fazer com ela”, diz Maria Aparecida.
Na receita da cozinheira vai: ¼ de copo de farinha de linhaça dourada, ½ colher de chá de fermento em pó, ¼ de colher de chá de adoçante natural, 1 colher de chá de canela, 1 ovo e 1 colher de chá de óleo. “Basta misturar todos esses ingredientes em uma caneca e levar ao microondas por um minuto. Depois é só esperar esfriar e se deliciar”, diz Maria Aparecida.
Farinha de mandioca
A farinha de mandioca é outra ótima opção para quem não quer ingerir glúten. “Ela ajuda na digestão, é rica em fibras e evita picos de açúcar no sangue, o que faz com que a pessoa tenha energia durante o dia todo”, diz Hellen.
Por não gerar esses picos de glicemia, ela costuma ser liberada em dietas e é até recomendada para diabéticos. “Mas ela não deve ser consumida junto com outros carboidratos (como arroz, macarrão e alguns pães), porque, sozinha, já possui dois tipos deles, a amilopectina e a amilose”, diz Hellen.
A farinha de mandioca pode substituir a farinha branca em praticamente tudo e ainda deixa o sabor dos alimentos diferente. “Uso para empanar frangos e peixes. Além de mais saudável, eu a considero bem mais saborosa”, diz Maria Aparecida.
Farinha de uva
Você sabia que a farinha de uva é fabricada a partir dos dejetos descartados pela indústria do vinho e sucos e do óleo de sementes? Nem por isso, deixa de fazer bem para a saúde.
“A farinha de uva é riquíssima em flavonóides, substâncias que atuam no combate de doenças cardíacas. Ela também tem ação antioxidante que combate o envelhecimento precoce e as doenças degenerativas”, diz a nutricionista. É possível fazer bolos, pães, biscoitos e sucos com ela.
Fonte: Portal Vital