Mato Grosso do Sul tem a primeira morte por raiva nos últimos 20 anos
Mato Grosso do Sul registrou a primeira morte por raiva humana nos últimos 20 anos. O paciente, de Corumbá, estava internado no hospital universitário em Campo Grande e morreu nessa quarta-feira (13)
Flavio de Moraes, 38 anos, foi mordido por um cão de rua e só procurou o médico quando os primeiro sintomas apareceram, quase dois meses depois do ataque.
“Ele não gostava de médico e não foi procurar assistência médica”, conta Sebastião da Silva Pires, cunhado de Flávio.
Os médicos tentaram um tratamento para inibir a ação do vírus e também com uma proteína para proteger as células do cérebro. Mas a doença estava em estágio avançado. “Perda de controle da pressão arterial, descontrole da frequência cardíaca. Ele evoluiu para um edema cerebral importante que foi o que levou à parada cardíaca dele”, explica o neurologista Nilson Moro Junior.
O paciente em Campo Grande ficou internado 27 dias no Hospital Universitário e os médicos tentaram um tratamento que é autorizado pelo ministério da Saúde mas que ainda é experimental e só salvou cinco pessoas no mundo. E todos com sequelas neurológicas. Agora, uma pessoa que foi mordida por um cão ou um gato pode evitar a raiva simplesmente tomando a vacina.
A vacina antirrábica está disponível de graça nos postos, mas só é aplicada em pessoas mordidas por cães, gatos ou que tiveram contato com morcegos. No Brasil, o único caso de cura de raiva humana foi em Pernambuco, em 2008. Marciano ficou com sequelas, não anda mais.
De 2010 até agora, 15 pessoas morreram de raiva no Brasil, a maioria no Nordeste. O controle da doença é feito pela vacinação em animais. Em Corumbá, onde o homem foi mordido pelo cão raivoso, uma força tarefa vacinou 23.059 cães e gatos. Em Campo Grande, desde o início do ano foram encontrados quatro morcegos com o vírus da raiva. E os médicos alertam: se for mordido por algum animal, deve ir logo a um posto de saúde se vacinar.
Os sintomas da raiva humana são mal estar, dor de cabeça, febre, irritabilidade e dores musculares.
FONTE: G1
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