Um em cada cinco jovens brasileiros entre 15 anos e
29 anos (20,3%) não estudava nem trabalhava em 2013. O dado é da Síntese
de Indicadores Sociais do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). De acordo com o instituto, a faixa etária que mais
concentra os chamados nem nem é a de 18 anos a 24 anos, em que 24% da
população não estão nas escolas nem no mercado de trabalho.
Entre os de 25 anos a 29 anos, a proporção dessas pessoas é 21,8%. De
acordo com os dados do IBGE, os nem nem são proporcionalmente mais
numerosos entre as mulheres e as pessoas com até o ensino fundamental
incompleto localizadas na Região Nordeste. Também estão mais
concentrados nos domicílios com renda per capita de até meio salário
mínimo.
A média de escolaridade dos jovens nem nem é 8,6 anos, enquanto a
média da faixa etária chega aos 9,4 anos. Enquanto a média de jovens com
filhos é 35%, entre aqueles que não estudam nem trabalham ultrapassa os
57%. Um em cada quatro desses jovens (26,3%) até chega a procurar
emprego, mas não encontra, de acordo com a Síntese de Indicadores
Sociais do IBGE.
O estudo comparou o mercado de trabalho de 2013 com o de 2004.
Segundo a análise, no período, a população de 16 anos ou mais aumentou
18,7%, mas a população economicamente ativa, ou seja, aquela que
trabalha ou procura emprego, cresceu apenas 13,6%. A maior parte dessa
população acabou se deslocando para a população não economicamente ativa
que não trabalha nem procura emprego, gerando um percentual de 30,6%.
“O crescimento da população não economicamente ativa pode ser
explicada, por exemplo, por um prolongamento dos estudos [dos jovens].
Como você tem o mercado de trabalho exigindo mais qualificação, você tem
a possibilidade hoje, pela ampliação da oferta de vagas no ensino
superior, do não trabalho para permanecer estudando”, disse a
coordenadora da Síntese, Barbara Cobo.
Mesmo assim, entre as pessoas não economicamente ativas, 22,2% eram
jovens de 16 anos a 24 anos. Quarenta por cento deles tampouco estavam
estudando. “É uma questão preocupante para as políticas públicas. Esse é
o momento essencial para saber se esses jovens estão estudando e se
qualificando, porque eles serão a força de trabalho dos próximos anos”,
disse a pesquisadora do IBGE Cristiane Soares.
A pesquisa do IBGE revelou que a população total desocupada, em todas
as faixas etárias, teve um crescimento maior (17,2%) do que a população
ocupada (16,5%) no período. O emprego formal cresceu mais (47,8%) do
que o informal (10,1%), mas o rendimento teve um crescimento mais
expressivo nos trabalhos sem carteira assinada (51,8%) do que nos
formais (26,7%).
As mulheres tiveram um desempenho melhor do que os homens no mercado
de trabalho, com crescimento de 18,1% na população ocupada e 56% no
emprego formal. Entre os homens, os índices de crescimento foram 15,3% e
42,4%, respectivamente.
A proporção de pessoas empregadas em trabalhos formais cresceu de
45,7% em 2004 para 58% em 2013. O crescimento ocorreu em todas as
regiões do país, mas o Norte e o Nordeste apresentaram, em 2013,
proporções de trabalhadores formais de 40,2% e 39,7%, respectivamente –
índices inferiores à média nacional de nove anos antes. “O país está
avançando, mas há um crescimento diferenciado [entre as regiões]”,
apontou Cristiane.
Fonte: AgoraMT
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