Este mês, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou
a suspensão do comércio e do uso de uma tinta para tatuagem vendida sem
registro no Brasil. O gerente-geral de Tecnologia de Produtos para a
Saúde, Joselito Pedrosa, alerta que apenas três marcas de tintas podem
ser comercializadas no país: Starbrite Colors – Amazon Indústria,
Comércio, Exportação e Importação de Produtos Especializados; Electric
Ink Indústria Comércio, Importação e Exportação Ltda e Iron Works –
Brasil Ltda.
Ele explicou
que uma tinta, para ser registrada no país para fins de tatuagem ou
dermopigmentação, precisa atender à legislação vigente, que exige que a
empresa tenha boas práticas de fabricação. Isso significa comprovar a
segurança e a eficácia do produto.
“A empresa faz testes durante o
processo de fabricação, controlados por um sistema de qualidade. Para
dar entrada no processo de registro, ela tem que apresentar toda a
documentação que comprove a realização desses testes. É preciso
comprovar que o produto é seguro e eficaz. Se tudo estiver de acordo,
ele pode ser liberado com número de registro, e a empresa pode
comercializar.”
Os testes, de acordo com Pedrosa, seguem normas
nacionais e internacionais e verificam, entre outros, a toxicidade e a
biocompatibilidade do produto. A tinta para tatuagem que é vendida sem
ter passado por toda essa verificação corre o risco de estar contaminada
com bactérias e fungos e pode desencadear uma reação alérgica leve ou
grave, podendo causar a morte.
“Pode levar também à indução de um
câncer. Há uma série de complicações às quais a população fica sujeita
em decorrência do uso de um produto ilegal”, acrescentou.
A
orientação para quem quer fazer uma tatuagem, segundo ele, é verificar
se o produto oferecido pelo estúdio tem registro na Anvisa. Em seguida, é
preciso ter certeza de que o registro é válido, acessando o site da
agência. Isso porque, no caso de produtos piratas, muitas vezes, o
registro utilizado na embalagem é falso.
Para o tatuador Erik
Pazioline, outra estratégia importante a ser adotada por quem quer fazer
uma tatuagem é verificar se o estúdio tem alvará de funcionamento e se
está com as licenças sanitárias em dia. “E se informar com o tatuador
sobre o material que ele usa”, disse. “[Em casos de tintas irregulares],
o que mais acontece são alergias, uma infecção ou uma inflamação, que
são muito sérias. Não é o certo. É perigoso. Tem que usar sempre a tinta
legalizada”, concluiu.